devido ao momento em que estamos vivendo, as relações do corpo para com o outro e com o espaço se transformaram compulsoriamente. o isolamento, as barreiras, as restrições e o medo tomam forma de ansiedade e acabam por transportar a esperança para um momento distante. é pelo nosso corpo que primariamente expelimos o que sentimos e ansiamos; e pela expressão de arte nos permitimos explorar o potencial de comunicação com o exterior.
a performance consiste na experimentação do corpo como reflexo desse novo modo de se relacionar, registrada em uma videodança, a partir do contato do intérprete-criador com um tecido tensionado, que restringe as possibilidades já conhecidas de movimento, uma nova experiência se constrói. apoiada nessa relação de peso e tensão, a movimentação do bailarino se constrói de maneira experimental e relacional, explorando novos modos de encarar a realidade imposta.
a ação nasce pela estranheza do contato da pele com o tecido, que forma essa camada separadora entre corpo e mundo. o pano se torna um fenótipo estendido - assim como máscaras protetoras nos dias atuais - e trabalha numa relação direta entre a pele o ar que nos engloba.
a performance também possibilitou registros fotográficos, a fim de explorar o potencial máximo estético e de composição do movimento. ao todo, criando um material gráfico e audiovisual para circulação e exposição virtual, que permeia entre os campos da dança, audiovisual e fotografia.
performance por Vitoria Vargas
fotografia de Marcella Calixto
trilha sonora por Luan dos Santos e Vinicius Guarize